1. A Concordância do
verbo "ser"
Quando funciona como
verbo de ligação, "ser" pode concordar com o predicado que o segue.
Exemplo retirado do plural:
"Boas práticas em manutenção é um
conceito sagrado para quem quer sobreviver no mercado".
Deveria ter escrito assim:
"Boas práticas em manutenção são um conceito..."
2. O pronome "se" apassivador
Como indicador da voz passiva a partícula
"se" transforma em sujeito paciente.
Como de regra, o verbo acompanha o sujeito
no singular ou no plural:
"Alugam-se casas."
"Devem-se cobrar resultados."
3. Índice de indeterminação do sujeito
Todo cuidado é pouco para não confundir o
"se" de indeterminação do sujeito com a partícula apassivadora.
Exemplos de frases corretas:
"Precisa-se de candidatos
honestos".
"Trata-se de políticos
decentes".
"Necessita-se de alunos
aplicados".
"Sofre-se com os preços
altos".
"Acreditou-se em mentiras
políticas".
4. O verbo "haver"
Usado na forma impessoal, o verbo
"haver" sempre vai na 3ª pessoa do singular.
Os verbos de "haver" impessoal substitui
(exceto "fazer", com tempo) variam normalmente; "existem bons
repórteres", "existiam roupas", "ocorriam assaltos",
etc.
"Há bons redatores na revista."
"Com a queda das bolsas, houve
pessoas que se mataram."
"É preciso que haja roupas no
estoque."
"Havia mortos e feridos nos
destroços."
"Há três anos não vê a mulher."
"Estava havendo assaltos a mulheres
desacompanhadas."
5. O plural indevido
Objeto de distrações, o plural segue
critérios que vão além da sintaxe, implicando o sentido do que se quer dizer.
Abaixo, enganos, com a forma adequada
entre parênteses:
"O Governador Alckmin recebeu as
visitas do deputado Paulo Maluf e do prefeito Kassab." (recebeu a visita)
"O técnico decidiu-se pelas entradas
de Robinho ou Kaká." (pela entrada)
"A festa teve as presenças de José
Dirceu e Delúbio Soares." (a presença)
"A polícia tenta apurar as
identidades dos marginais." (a identidade)
"... eles balançaram as cabeças em
aprovação." (a cabeça)
6. Colocação pronominal
Com variações entre a fala e a escrita, a
ordem pronominal deve obedecer a certas regras e observar as situações de
comunicação.
Volta e meia a má colocação pronominal dá
as caras em publicações variadas, como podemos ver abaixo (a boa colocação é a
que está entre parênteses):
"Não ficarão órfãs porque deixei-as já adultas..."
(porque as deixei)
"... quando transferiu-se para...."
(quando se transferiu)
"... havia formando-se..." (havia-se
formado ou havia se formado)
7. Ter x haver
É preciso atenção para usar adequadamente
os verbos "ter" e "haver", muitas vezes trocados na
linguagem cotidiana.
Na linguagem formal culta, deve-se usar
"haver", impessoal no sentido de existir como já vimos:
"Havia mais de 6 mil..."
"Havia trinta..."
" Havia dois..."
"Parecia haver 3 mil
espectadores..." (E não "pareciam haver...)
8. Ver x vir
Como esses verbos semelhantes geram
confusões quando o assunto é o futuro do subjuntivo.
Verbo ver: eles viram; tira-se o sufixo (-am) e
obtém-se a primeira pessoa do futuro do subjuntivo: VIR
Verbo vir: eles vieram; menos a terminação
"-am": VIER
9. A vírgula
Como o uso indevido do sinal de pontuação
mais comum do idioma pode alterar o sentido da frase.
Há muito a dizer sobre a vírgula, porém
dois princípios são essenciais para a correta virgulação:
A) Jamais se separa o sujeito do predicado
(verbo). Mesmo que o sujeito esteja longe do verbo.
"Todos os empregados que precisem
viajar para fora do país,
devem comparecer ao serviço de medicina...”.
A vírgula depois de "país"
separa o sujeito (empregados) de seu predicado verbal (devem comparecer).
B) Jamais se separa o verbo de seus
complementos. Mesmo que o verbo esteja longe deles.
"A Bolsa do Rio garantia, a bancos e
corretoras, o pagamento da compra de ações feitas..."
"A bancos e corretoras" é objeto
indireto; não deveria aparecer entre vírgulas.
10. Concordância do verbo antes do sujeito
É necessário ter cuidados redobrados com a
concordância quando o verbo está posposto ao sujeito.
Nos exemplos ruins de jornais, abaixo, a
forma adequada vem entre parênteses.
"Chama-me a atenção os
desdobramentos..." (chamam-me... os)
"Falta dez minutos para terminar a
sessão." (faltam dez)
"Basta alguns votos para concluir a
contagem." (Bastam alguns votos).
"Basta seis documentos para
efetuarmos..." (Bastam seis).
"Existe bons motivos..."
(Existem... bons motivos)
"Existe seguros apropriados..."
(Existem seguros)
"E todos sabem que existem dois tipos
de computadores..." (existem dois)
"Viva os reis!" (vivam os reis!)
11. O bom uso do verbo "fazer"
Convém observar as diferenças entre o uso
pessoal e impessoal de "fazer"
O verbo "fazer" é pessoal em seu
sentido próprio:
"Ela fez tudo".
"Tu e ela fareis o que eu
mandar".
"Eles fazem anos no mesmo dia".
Mas é impessoal quando:
A) expressa tempo corrido.
Nesse caso, usa-se "fazer", sem
sujeito, na 3ª pessoa do singular. O auxiliar de "fazer" também fica
no singular.
Nos exemplos negativos seguintes, ouvidos
em entrevistas ou tirados de publicações, a forma correta aparece entre
parênteses:
"Fazem dez anos que a conheci"
(Faz dez anos).
"Farão dez minutos que saiu"
(Fará dez minutos).
B) expressa fenômeno climático:
Faz calor.
Fazia muito frio.
Créditos: Revista Língua
Muito interessante! Principalmente esta postagem, os verbos "ser" e "haver" que dão um trabalho na hora do vestibular e dos concursos públicos...Tb adorei as dicas de interpretação de texto, realmente muito boas e fazem a diferença!!!
ResponderExcluirParabéns!
:)
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