06/07/2012

Os maiores erros de Gramática


1. A Concordância do verbo "ser"

Quando funciona como verbo de ligação, "ser" pode concordar com o predicado que o segue.

Exemplo retirado do plural:
"Boas práticas em manutenção é um conceito sagrado para quem quer sobreviver no mercado".
Deveria ter escrito assim:
"Boas práticas em manutenção são um conceito..."

2. O pronome "se" apassivador

Como indicador da voz passiva a partícula "se" transforma em sujeito paciente.

Como de regra, o verbo acompanha o sujeito no singular ou no plural:
"Alugam-se casas."
"Devem-se cobrar resultados."

3. Índice de indeterminação do sujeito

Todo cuidado é pouco para não confundir o "se" de indeterminação do sujeito com a partícula apassivadora.

Exemplos de frases corretas:

"Precisa-se de candidatos honestos".
"Trata-se de políticos decentes".
"Necessita-se de alunos aplicados".
"Sofre-se com os preços altos".
"Acreditou-se em mentiras políticas".

4. O verbo "haver"

Usado na forma impessoal, o verbo "haver" sempre vai na 3ª pessoa do singular.

Os verbos de "haver" impessoal substitui (exceto "fazer", com tempo) variam normalmente; "existem bons repórteres", "existiam roupas", "ocorriam assaltos", etc.

"Há bons redatores na revista."
"Com a queda das bolsas, houve pessoas que se mataram."
"É preciso que haja roupas no estoque."
"Havia mortos e feridos nos destroços."
"Há três anos não vê a mulher."
"Estava havendo assaltos a mulheres desacompanhadas."

5. O plural indevido

Objeto de distrações, o plural segue critérios que vão além da sintaxe, implicando o sentido do que se quer dizer.

Abaixo, enganos, com a forma adequada entre parênteses:

"O Governador Alckmin recebeu as visitas do deputado Paulo Maluf e do prefeito Kassab." (recebeu a visita)

"O técnico decidiu-se pelas entradas de Robinho ou Kaká." (pela entrada)

"A festa teve as presenças de José Dirceu e Delúbio Soares." (a presença)

"A polícia tenta apurar as identidades dos marginais." (a identidade)

"... eles balançaram as cabeças em aprovação." (a cabeça)

6. Colocação pronominal

Com variações entre a fala e a escrita, a ordem pronominal deve obedecer a certas regras e observar as situações de comunicação.

Volta e meia a má colocação pronominal dá as caras em publicações variadas, como podemos ver abaixo (a boa colocação é a que está entre parênteses):

"Não ficarão órfãs porque deixei-as já adultas..." (porque as deixei)

"... quando transferiu-se para...." (quando se transferiu)

"... havia formando-se..." (havia-se formado ou havia se formado)

7. Ter x haver

É preciso atenção para usar adequadamente os verbos "ter" e "haver", muitas vezes trocados na linguagem cotidiana.

Na linguagem formal culta, deve-se usar "haver", impessoal no sentido de existir como já vimos:

"Havia mais de 6 mil..."

"Havia trinta..."

" Havia dois..."

"Parecia haver 3 mil espectadores..." (E não "pareciam haver...)

8. Ver x vir

Como esses verbos semelhantes geram confusões quando o assunto é o futuro do subjuntivo.

Verbo ver: eles viram; tira-se o sufixo (-am) e obtém-se a primeira pessoa do futuro do subjuntivo: VIR

Verbo vir: eles vieram; menos a terminação "-am": VIER

9. A vírgula

Como o uso indevido do sinal de pontuação mais comum do idioma pode alterar o sentido da frase.

Há muito a dizer sobre a vírgula, porém dois princípios são essenciais para a correta virgulação:

A) Jamais se separa o sujeito do predicado (verbo). Mesmo que o sujeito esteja longe do verbo.

"Todos os empregados que precisem viajar para fora do país, devem comparecer ao serviço de medicina...”.
A vírgula depois de "país" separa o sujeito (empregados) de seu predicado verbal (devem comparecer).

B) Jamais se separa o verbo de seus complementos. Mesmo que o verbo esteja longe deles.

"A Bolsa do Rio garantia, a bancos e corretoras, o pagamento da compra de ações feitas..."
"A bancos e corretoras" é objeto indireto; não deveria aparecer entre vírgulas.

10. Concordância do verbo antes do sujeito

É necessário ter cuidados redobrados com a concordância quando o verbo está posposto ao sujeito.

Nos exemplos ruins de jornais, abaixo, a forma adequada vem entre parênteses.

"Chama-me a atenção os desdobramentos..." (chamam-me... os)
"Falta dez minutos para terminar a sessão." (faltam dez)
"Basta alguns votos para concluir a contagem." (Bastam alguns votos).
"Basta seis documentos para efetuarmos..." (Bastam seis).
"Existe bons motivos..." (Existem... bons motivos)
"Existe seguros apropriados..." (Existem seguros)
"E todos sabem que existem dois tipos de computadores..." (existem dois)
"Viva os reis!" (vivam os reis!)

11. O bom uso do verbo "fazer"

Convém observar as diferenças entre o uso pessoal e impessoal de "fazer"

O verbo "fazer" é pessoal em seu sentido próprio:

"Ela fez tudo".
"Tu e ela fareis o que eu mandar".
"Eles fazem anos no mesmo dia".

Mas é impessoal quando:

A) expressa tempo corrido.

Nesse caso, usa-se "fazer", sem sujeito, na 3ª pessoa do singular. O auxiliar de "fazer" também fica no singular.
Nos exemplos negativos seguintes, ouvidos em entrevistas ou tirados de publicações, a forma correta aparece entre parênteses:

"Fazem dez anos que a conheci" (Faz dez anos).
"Farão dez minutos que saiu" (Fará dez minutos).

B) expressa fenômeno climático:

Faz calor.
Fazia muito frio.

Créditos: Revista Língua